sexta-feira, 27 de maio de 2016

FIIs x Taxa de Juros Futura

Como o título do post já diz, tentei fazer uma comparação entre juros futuros e o IFIX. Como já ia fazer isso, aproveitei também pra pegar um fundo imobiliário pra comparar junto. Eu queria algum fundo que refletisse exatamente o movimento das taxas de juros, ou seja, algum que não tivesse nenhum impacto relevante em termos de rendimento, vacâncias, cagadas de gestor, entre outros, então é claro que teria que ser algo do segmento de agências bancárias.
O AGCX não poderia se enquadrar pois ainda é um fundo em desenvolvimento, então peguei o BBPO. Não escolhi o SAAG pois o volume de negociações do BBPO é bem maior, ou seja, já teria impactos de alterações na taxa de juros mais rapidamente.
Inicialmente eu queria comparar esses dados contra os valores de DI Futuros, porém, como nosso país tem uma aversão incrível a guardar histórico de dados, não consegui achar em lugar nenhum, então acabei pegando as 2 NTNFs de vencimento mais longos que haviam em 2013 (base inicial do levantamento) para substituí-los.
Depois de fazer uma limpeza na base, cheguei nos valores. O problema era que as NTNFs estavam com suas taxas em porcentagem, o IFIX em pontos e o BBPO em R$. O que eu fiz então, foi, em 10/01/2013, os primeiros dados que eu tenho, considerar base 1 para todos (100%), e depois atualizar esse 1 pela variação diária de cada um dos ativos.
Não considerei os rendimentos de BBPO, o que certamente impactaria positivamente o resultado final.
O resultado é o gráfico abaixo:



O que podemos enxergar é uma claríssima correlação negativa dos juros futuros com os fundos imobiliários, porém, esta correlação se sustenta até certo ponto. Entre o fim do ano passado e o começo deste ano, quando as taxas de juros futuros bombaram, nem o IFIX e nem o BBPO acompanharam, eles se mantiveram no mesmo patamar. Apenas para conhecimento, aparentemente, quando as taxas bateram 13% ao ano, a correlação deixou de ser verdadeira, o que significa que os fundos imobiliários parecem ter um teto na relação rendimento/cotação na faixa de 1% ao mês, sendo que um fundo sem problema nenhum nunca deveria render mais que isso.
Interessante notar também o aumento na cotação do BBPO nos últimos meses. No começo de 2014 os juros bateram 13% ao ano, o mesmo patamar que está hoje, porém, a cotação de BBPO de hoje está muito mais alta (R$108) que a cotação de 2014 (R$94), por que?
Porque de janeiro de 2014 até hoje, os contratos do fundo sofreram 2 atualizações pelo IPCA e temos outra vindo agora em setembro e sempre que os rendimentos aumentam e a cotação se mantém, o DY sobe, portanto, para ajustar essa distorção, a cotação sobe junto.

Por isso os FIIs possuem um potencial bem legal, como a tendência dos juros é de queda acentuada, a cotação tende a subir (correlação negativa) e como a tendência dos alugueis é de aumento (reajustes pela inflação, valorização do imóvel), a tendência da cotação é de aumento novamente. Porém isso é no mundo perfeito, nos Estados Unidos com os REITs, aqui no Brasil, ainda temos que conviver com canetadas do governo, péssimos serviços de administradores e incertezas sobre os rumos econômicos. Por isso os FIIs ainda possuem um alto prêmio sobre um dos instrumentos mais próximos deles, que são as NTNBs (aliás, boa ideia para um post futuro, calcular esse prêmio médio).

domingo, 22 de maio de 2016

Onde aplicar a reserva de emergência?


         Quando você está começando a sua vida financeira, o primeiro passo é começar a gastar menos do que ganha. Feito isso, o segundo passo é procurar instrumentos financeiros que remunerem essa sobra, sendo que do Brasil o mais conhecido é a poupança, que paga 0,5% mais TR (acumulado 12 meses 2%), ou seja, uns 8% ao ano líquido de IR.
         Pois bem, se você conseguir investir em um CDB de liquidez diária, que remunere 100% do CDI, você conseguirá um rendimento bruto anual de 14,13%, com o CDI atual, o que, em 1 ano, dá 11,6% líquido de IR, ou 45% mais que a poupança e com a mesma segurança (ambos contam com a garantia do FGC).
         "Poxa Trabalhador, muito legal as contas, mas no meu banco, pra ter acesso a um CDB 100% de liquidez diária eu preciso aplicar 1 milhão de reais". Exato, saia do seu banco. Os bancos grandes não possuem opções interessantes para o pequeno investidor, por isso, você possui 2 opções; 1) LFT e 2) utilize os bancos médios. Posso indicar 2 pra vocês: Sofisa e Ficsa e não, não trabalho em nenhum dos 2.
         Antes de já ir correndo abrir sua conta em um desses bancos, termine de ler! Apesar de ambos os bancos contarem com a garantia do FGC da mesma forma que o Itaú, Bradesco e Santander contam, obviamente que a chance de eles quebrarem é muito maior, e aí é interessante você saber que você não recebe sua grana imediatamente após o banco sofrer liquidação judicial, o FGC leva um tempo até organizar a lista de todos os beneficiários, o que leva, em média, 2 meses, mas que em alguns casos pode passar de 4 (confira no site do FGC: www.fgc.org.br/upload/garantia_ip_p.pdf).
         Em relação a LFT, ela remunera 100% da SELIC, que é sempre ligeiramente superior ao CDI, porém, possui cobrança de taxa de custódia obrigatória de 0,3% ao ano, o que praticamente empata com o CDI (nesse caso, atenção, se você pagar taxa de administração no Tesouro Direto, o CDB 100% vai render mais, uma corretora grande que não cobra a taxa de administração é a Easynvest). Importante ressaltar que venda de LFT possui liquidação em D+1, o que significa que você só receberá o dinheiro 1 dia útil depois de vender o título. 
         Uma outra vantagem de ambos os casos sobre a poupança é que eles possuem rentabilidade diária. Na poupança, se você deixar seu dinheiro por 29 dias e retirá-lo, você não recebe nada, pois os rendimentos caem apenas na data de aniversário da aplicação. Em CDBs e LFT, você é remunerado por cada um desses 29 dias.
         Então vou dizer o que eu faço: tenho uma parte da reserva de emergência num banco médio, uma parte em LFT e deixo uma quantia bem pequena na poupança, dessa forma meu risco fica muito mais diluído, mas não abro mão da rentabilidade.

Abraços!

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Minha carteira e impressões sobre os FIIs


            Atualmente minha carteira está dividida da seguinte forma:



-  37% no Tesouro Direto, em sua grande maioria títulos atrelados ao IPCA;
- 40% em títulos de Renda Fixa, em sua maioria atrelados ao CDI;
- 14% em FIIs (já chegou a ser 25% da minha carteira);
- 9% em disponibilidades imediatas (caixa e aplicações de liquidez diária)

         Pretendo abrir cada um desses itens mais pra frente, por enquanto vamos falar apenas do FIIs:
         Pra quem não se lembra, recentemente houve uma MP, de número 694, que vinha com um pacotão de taxações. Uma delas pretendia retirar a isenção de IR sobre as distribuições mensais feitas pelos FIIs. O autor do projeto foi o Sr. Investigado na Lava Jato, Romero Jucá, na época senador e atual...Ministro do Planejamento! Ou seja, pra mim a isenção está com os dias contados.
         Os leitores mais atentos dirão: "ah TMF, mas a taxação impactaria também LCAs e LCIs, nos quais você investe". Concordo, porém existe um ponto importante: como os títulos de renda fixa possuem um início e um fim, os já existentes não devem ser impactados por essa retirada de isenção. Então eu acredito que LCIs, LCAs e Debêntures Incentivadas continuariam a não pagar IR.
Mas os FIIs não possuem uma data de vencimento, eles são fundos criados sem prazo determinado, portanto tenho certeza que os já existentes entrariam na dança do Imposto de Renda.
         Eu acho os FIIs um excelente instrumento de investimento e pretendo sim voltar a investir neles, mas quando as regras se tornarem mais claras e transparentes, não vou investir em nenhum lugar onde eu não saiba exatamente os riscos que estou correndo e, quando entrei nesse mercado, não computei o risco de taxação, então acabei aceitando pagar preços que não representam uma relação risco x retorno confortável para mim.
         O que estou fazendo é aproveitar a recente escalada do IFIX, baseada na queda dos juros futuros, para descarregar minhas posições com algum lucro.
         Os FIIs que ainda me restam são:

- XPCM
- HGRE
- SDIL
- AGCX
- FIIP
- EDGA
- CNES

         Desses, talvez eu mantenha XPCM (meu PM está muito alto e coloquei muita grana nele) e AGCX (PM baixo e na minha opinião o melhor fundo de agências disponível), ainda estou pensando nessa hipótese.
         Mais pra frente também pretendo comentar sobre meus erros investindo, como por exemplo esse do XPCM que falei acima.

Abraços!

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Objetivo


         Curto e grosso: meu objetivo é chegar a R$3,5 milhões, para poder usufruir de uma renda passiva de R$12 mil mensais até os 40 anos (pra se ter uma ideia, R$12 mil daqui 10 anos, estimando inflação anual de 5%, é igual a R$7,3 mil de hoje).
         Com essa grana eu espero eliminar a necessidade de um trabalho padrão, ou seja, em que a pessoa depende do emprego para sobreviver. Quero ter a opção de trabalhar ou não, a liberdade de decidir entre abrir meu próprio negócio ou ficar 3 meses viajando pelo Brasil, focar em um novo projeto ou estudar alguma nova língua em outro país.
         Para chegar nesse objetivo eu pretendo aportar o máximo possível e, como ainda sou novo, contar com a ajuda dos juros compostos. Pretendo demonstrar nesse espaço as movimentações da minha carteira e os produtos nos quais eu invisto. Ainda não me decidi quanto a mostrar valores ou não.
         No próximo post já pretendo expôr uma movimentação atual da carteira: por que eu estou diminuindo a exposição em FIIs e alocando em renda fixa.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Apresentação


        Desde sempre me interesso por finanças. Lembro de quando eu comecei a ganhar dinheiro, como fazia contas para saber quanto iria render na poupança, para utilizar como minha renda passiva...até começar a entender mais do assunto e descobrir a inflação rs.
         Tenho menos de 30 anos, moro em uma grande metrópole e trabalho na minha área de formação, que é mercado financeiro. Trabalho desde os 18 anos, sempre poupando meu próprio dinheiro e sendo frugal em diversos aspectos da vida.
         Conheci a blogosfera através do Viver de Renda, há uns 3 anos, desde então conheci muitos outros blogs que me inspiraram a melhorar meu acompanhamento financeiro e me apresentaram novos produtos financeiros. Aliás, acho este o principal benefício da blogosfera: pessoas com os mais diversos perfis compartilhando suas experiências em busca de um objetivo em comum, se prestarmos atenção, podemos aprender muito uns com os outros.
         E é pra isso que eu crio esse blog, pois acredito que tenho um ponto de diferenciação em relação à maioria: trabalho e sou formado no mercado financeiro, portanto acredito que eu tenha experiências práticas e teóricas que possam ajudar os amigos da blogosfera.
         Pretendo nesse espaço discorrer sobre conceitos de finanças que eu ache interessantes, mais focados na parte de finanças pessoais.